sexta-feira, 5 de março de 2010

Poderia ser só um tal de Pedro


Ai de quem ainda vê Pedro Almodóvar como uma moda. Com Kika, o diretor espanhol provou mais uma vez que no pasará.Colado a seu estilo que já se tornou "marca registrada", Almodóvar disseca novamente os males e as manias da sociedade, e segue incomodando os puritanos do mundo todo.
Em Kika, o diretor dispara contra a solidão e o voyeurismo ( e seu mais potente projeto, a TV) e faz apologia da ingenuidade como fórmula de sobrevivência.
Sua fama, que ultrapassou as fronteiras espanholas e ganhou o mundo a partir de 1987 com Mulheres à beira de um ataque de nervos, deve-se a sua capacidade de emocionar. E é por isso que foi tão rápida a sua passagem de diretor cult a pop - e popular. Almodóvar pega o espectador por tudo o que tem de mais excessivo.
Se seus cenários e figurinos são over, os sentimentos expressos pelas personagens não são menos excessivos. Cheio de histórias bizarras, seus personagens não deixam de ser comuns - na maneira como falam, comem ou fazem xixi de porta aberta. Vivem num mundo divertido, ultracolorido - a parte mais facilmente assimilável do " universo Almodóvar".
A crítica espanhola passou a condenar o diretor por ter criado, à custa de escândalos e jogadas de mídia, esse mundo todo seu e de mentira, que vende ao resto do planeta como se fosse a Espanha.
Segundo o diretor, a inveja é um esporte nacional em seu país.
O fato é que a Espanha não tem nenhum outro artista tão representativo e ao mesmo tempo tão internacional quanto Almodóvar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário